Estatuto da Pessoa Idosa

Estatuto do Idoso agora é da Pessoa Idosa

As expressões “idoso” e “idosos”, desde o mês de julho, devem ser substituídas em toda legislação por “pessoa idosa” e “pessoas idosas”, começando pelo Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que passa a ser Estatuto da Pessoa Idosa.

A mudança tem origem na Lei n. 14.423 de 22 de julho, criada a partir do Projeto de Lei do Senado (PLS) 72/2018, do senador Paulo Paim (PT-RS). Segundo Paim, o termo “idoso” era excludente, uma vez que da mesma forma que outros termos masculinos, a palavra ‘idoso’ é usada para designar genericamente todas as pessoas idosas, sejam homens ou mulheres.

Para a Longevida, a terminologia adequada demonstra respeito e dignidade às pessoas com 60+ e inclui o gênero feminino nas expressões. De acordo com a Agência Senado, inicialmente o projeto previa a mudança apenas no nome do Estatuto, por meio de emenda do relator, o senador Romário, a substituição dos termos foi estendido para toda legislação.

Nós da Longevida, representados por nossa fundadora e diretora, Sandra Regina Gomes, estivemos presentes na luta pela alteração e celebramos a conquista que é bem mais que um simples ajuste terminológico, mas um avanço em termos de inclusão e respeito a todas as pessoas idosas.

Acesse a lei pelo link – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14423.htm

votação 70+ - urna - eleições 2022

Voto é direito e cidadania para quem passou dos 70

Por Katia Brito

Nas eleições de outubro, serão eleitos o presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Mesmo sem a obrigatoriedade, muitos eleitores de 70 anos ou mais fazem questão de votar. Segundo Diogo Cruvinel, analista do TSE, há um aumento gradual desta parcela do eleitorado, embora, segundo ele, isso ocorra pela inversão da pirâmide etária no país. Nas eleições de 2020, eles representavam cerca de 9,13% do eleitorado, e no pleito anterior 8,16%.

O comparecimento, por outro lado, percentual vem diminuindo. Foi de 42% em 2016 para 37% em 2018, e 30% em 2016. De acordo com Cruvinel, as campanhas deste período pré-eleitoral focam os jovens, porque eles não têm ainda o título e nem uma vida de participação como os idosos. Depois desse período o TSE costuma fazer campanhas com foco em todos os eleitores cadastrados.

Embora, recomende a participação por questão de cidadania, o analista do TSE destaca que para os mais idoso às vezes é difícil comparecer. Por isso, entre os dias 18 de julho e 18 de agosto, pessoas com mobilidade reduzida, mesmo que temporariamente poderão solicitar o remanejamento da seção eleitoral para um local mais acessível.

Diferente das notícias que circulam não houve cancelamento do título para pessoas com mais de 70 anos, e a biometria também segue suspensa, também não interferindo no cadastro eleitoral.

Exemplo

A Longevida traz o exemplo de um 70+ que faz questão de votar. Nosso entrevistado é José Araújo Silva (Foto: Arquivo Pessoal), de 78 anos, formado em gestão pública, pós-graduado em gerontologia, especialista em democracia participativa, atuante em movimentos sociais, conselheiro nacional de saúde, conselheiro estadual e municipal da pessoa idosa de Curitiba (PR), coordenador do Fórum Paranaense da Pessoa Idosa, membro tesoureiro do Fórum Nacional Permanente da Secretaria pelos Direitos da Pessoa idosa e presidente da Associação Nacional de Gerontologia do Paraná (ANG-PR).

José Araújo Silva - Paraná

Como você avalia a importância do voto? 

José Araújo Silva: A importância do voto é inegável desde a juventude até o idoso. A partir dos 16 anos e até o fim da vida é preciso votar. Mas por que é preciso votar, vai alterar alguma coisa no meu voto? O meu sozinho não vai, mas o voto de todos vai alterar sim. A gente vai poder contribuir para uma política mais voltada às necessidades da população.

Por que você acha importante principalmente que os idosos compareçam às urnas?

Silva: Quando eu não exerço o meu direito de votar, e eu tenho 78 anos, eu estou delegando para outras pessoas votarem em meu nome e elegerem quem eles acham que devem eleger. Eu não aceito isso. Eu vou na eleição e eu incito todas as pessoas idosas a irem até a sessão eleitoral e votar. Não é só votar. É votar e depois acompanhar o desenvolvimento do trabalho daquele a quem você dedicou o voto. Se você não votou, você não pode pensar em cobrar.

Votar é forma de participação social?

Silva: A cidadania, a luta por democracia reside exatamente nessa participação social. Essa é uma delas. É importantíssimo o voto, mas também a participação nos movimentos sociais, nos conselhos de direito e de política. Eu sempre digo que eu ficaria triste de no final do mês receber a minha aposentadoria, se eu não fiz nada de bom pro meu semelhante naquele mês. Então independente de estar aposentado, eu preciso contribuir com essa sociedade. Não será por minha falta que a nossa cidade não vai melhorar ao longo do tempo. Votar sempre, desistir jamais.

Como você avalia o papel da pessoa idosa no processo eleitoral?

Silva: Os idosos têm uma grande responsabilidade, porque eles orientam o voto. Eu tenho cinco filhos e invariavelmente na eleição eles vêm perguntar: ‘Pai em quem que nós vamos votar dessa vez?’ Eu não sei em quem ele vota, mas ele vem, e aí eu digo: ‘Olha, você precisa levar em consideração essas situações aqui pra poder exercer o seu voto corretamente. Eu acho que a gente precisar participar ativamente.

Como estimular as pessoas idosas a participarem das eleições?

Silva: O voto depois dos 70 anos não é uma obrigação, ele é um direito. Eu tenho o direito de votar naquele que vai me representar na Assembleia Legislativa, no governo do Estado, no governo federal, no Senado, na Câmara de Deputados de Brasília. Eu preciso participar disso. Com esses argumentos, eu tenho conversado com as pessoas com mais de 70 para que compareçam às urnas.

Quais ações vocês têm feito no Paraná?

Silva: A gente tem feito alguns movimentos aqui no Paraná. Houve um acordo entre Conselho Estadual da Pessoa Idosa e o Tribunal Regional Eleitoral no sentido de disponibilizar pessoal e urnas para ir nas instituições de longa permanência para que as pessoas possam votar e também ir aos hospitais para quem não tem como sair e exercer direito do voto. Então levar a urna diretamente para que elas possam exercer o seu direito de cidadania e votar.

Você acredita num futuro com cidadãos mais conscientes?

Silva: Com movimentos, dessa forma eu acredito que vamos cada vez mais convencer a população idosa a ir votar. Porque na verdade, muitas vezes ele fica pensando que não vale a pena lutar porque já está no fim da vida, e que os outros que estão aí que vejam e mudem a situação. Mas eu particularmente prego e vou continuar, que as pessoas idosas precisam exercer o seu direito de cidadão, de elemento útil na sociedade que vai eleger os representantes, e muito mais que isso estar sempre acompanhando o trabalho desenvolvido por aquele parlamentar para saber se ele está sendo digno do voto. Até porque daqui pode mudar o voto e votar em outra pessoa.

Enquanto eu tiver vida, enquanto eu tiver forças, eu vou lutar, eu vou exercer o direito do voto e vou pedir que todos exerçam. Eu vou mais do que isso participar da vida política do meu município e federal também no sentido de contribuir com a situação nos conselhos de política e de direito para poder estar se assegurando de que não só que aquela democracia eleita, mas também a participativa, ajude a tornar esse país um lugar melhor pra viver. A participação é tudo nossa vida. Temos participar.

Lançamento Glossário Coletivo

Longevida lança Glossário Coletivo de Enfrentamento ao Idadismo

Com Prefeitura de São Paulo

A Longevida, consultoria na área do envelhecimento, lançou no dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos, o Glossário Coletivo de Enfrentamento ao Idadismo. Uma live especial apresentou o material, produzido de forma colaborativa, com importantes parceiros, reunindo termos, expressões, frases e situações que expressam o idadismo, o preconceito contra a pessoa idosa. Assista a live no YouTube da Longevida: https://www.youtube.com/c/Longevida ou no Facebook: https://www.facebook.com/longevidaconsultoria.

O Glossário Coletivo foi produzido em parceria com a Prefeitura do Recife, por meio da Gerência da Pessoa Idosa; Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo; Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos de São Paulo; Casa Vovó Bibia de Apoio à Família, também de Recife (PE), e o Movimento Atualiza. O material está disponível para download pelo link – https://www.longevida.ong.br/glossario_idadismo.pdf

A iniciativa é uma das ações da Campanha de Enfrentamento ao Idadismo “Lugar de pessoa idosa é onde ela quiser”, lançada em outubro de 2021 pela Longevida. Outras ações foram as lives sobre o duplo preconceito que muitas vezes envolve a pessoa idosa, em relação ao capacitismo, ao racismo, à população LGBTQIA+ e a feminização da velhice. Temas que nos revelam como o idadismo, infelizmente, está na estrutura da sociedade, nas instituições públicas e privadas, e por vezes é reproduzido pelas próprias pessoas idosas. As lives podem ser visualizadas no YouTube da Longevida.

Festival Direitos Humanos

O Glossário Coletivo de Enfrentamento ao Idadismo também integrou o Festival de Direitos Humanos, iniciativa da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). Em sua nona edição, a programação mesclou atrações presenciais e virtuais, incluindo cine debates, oficinas, painéis e exposições fotográficas. O festival trouxe temas relacionados à garantia de direitos fundamentais e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Longevida dá início ao Conversas na Janela

Por Katia Fonseca

A Longevida desenvolve o projeto social Conversas na Janela, que oferece um espaço virtual de bate-papo entre pessoas com mais de 60 anos. Por meio da plataforma Zoom, grupos de, no máximo, sete pessoas, se reúnem uma vez por semana, quinzenalmente ou mensalmente, para conversar, trocar experiências e compartilhar suas histórias. A atividade é totalmente gratuita e faz parte do braço social da Longevida.

A primeira etapa do projeto, que teve início dia 4 de dezembro de 2021, consistiu em convidar as pessoas para formarem os grupos. O convite foi divulgado nas redes sociais da Longevida (Facebook, Instagram e Twitter). À medida que os(as) interessados se manifestaram, os grupos de cinco pessoas começaram a ser fechados. Na segunda etapa, foram definidas as características do grupo, baseadas nos interesses comuns entre as pessoas inscritas; também definindo o dia da semana e horário das reuniões. E, assim, começaram as conversas na janela virtual da plataforma Zoom ou pelo Google Meet. O convite ainda está aberto, participe!

Espantando a solidão

A solidão tem estado cada vez mais presente na vida de qualquer pessoa. Quando se trata da pessoa idosa, isso tende a se intensificar. Há mais dificuldade para a pessoa idosa ser ouvida. A correria do dia a dia das pessoas mais novas, envolvidas em inúmeros afazeres do dia a dia, nem sempre permite que se tenha tempo para ouvir histórias ou deixar-se levar por divagações por vezes efêmeras e descompromissadas.

Ter um espaço para conversar, sem compromisso com o “fazer acontecer”, simplesmente para compartilhar recordações, desejos, expectativas ou qualquer outro sentimento premente, colabora sobremaneira para a saúde emocional da pessoa idosa.

Este é o principal objetivo do projeto Conversas na Janela: espantar a solidão.

Vem conversar conosco!

Concurso de Crônicas - Prefeitura do Recife

Recife lança Concurso de Crônicas com o tema “Velhice não é doença!”

Prefeitura do Recife / Foto: Daniel Tavares-Divulgação/PCR

A Prefeitura do Recife (PE), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos Juventude e Políticas sobre Drogas (SDSDHJPD) e do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Recife (Comdir), lançou  o edital do 1º Concurso de Crônicas com o tema “Velhice não é doença!”. Direcionado exclusivamente  às pessoas residentes no Recife, o concurso faz parte da programação do Outubro da Pessoa Idosa de 2021. Acesse o edital pelo link – http://www2.recife.pe.gov.br/sites/default/files/edital_concurso_de_cronicas.pdf

De acordo com a gerente da Pessoa Idosa, Cacilda Medeiros, o Concurso de Crônicas acontece em tempos de discussões sobre Políticas de Enfrentamento aos diversos tipos de violência contra a Pessoa Idosa. E a temática escolhida vai de encontro ao absurdo sobre a possível inclusão de velhice como doença ou problema de saúde, anunciada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Cacilda destaca que a  intenção é que as produções possam equivaler a manifestações positivas em relação ao olhar da Geriatria e da Gerontologia para a velhice, quando deve haver dignidade e respeito por este grupo social.  As inscrições podem ser realizadas até o dia 10 de novembro. O resultado do concurso será publicado no dia 04 de dezembro, no Diário Oficial do Município, e a premiação no dia 10 de dezembro, durante a VIII Jornada Municipal de Direitos Humanos.

Seminário sobre envelhecimento

Entre os dias 26 e 28 de outubro, Recife realizou o II Seminário sobre Envelhecimento, Velhice e Longevidade – Velhice não é Doença: Diversidade, Inclusão e Cidadania, com apoio da Longevida. Sandra Regina Gomes, diretora e fundadora da Longevida, participou da primeira mesa do seminário com o tema “A velhice para além dos preconceitos e estereótipos: em busca de um envelhecimento ativo”, ao lado de Cacilda Medeiros. O vídeo está disponível no canal do YouTube da Gerência da Pessoa Idosa:

Glossário Coletivo

A Prefeitura do Recife, por meio da Gerência da Pessoa Idosa, é uma das parceiras da Longevida na produção do Glossário Coletivo de Enfrentamento ao Idadismo, que vai reunir, de forma colaborativa, frases, expressões, conceitos e denominações que representem o preconceito contra a pessoa idosa. Também apoiam a iniciativa o Movimento Atualiza, o Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo, a Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos de São Paulo e a Casa Vovó Bibia de Apoio à Família, de Recife (PE).  

Qualquer pessoa física ou jurídica pode colaborar com o Glossário Coletivo até o dia 12 de novembro pelo e-mail contato@longevida.ong.br. O material será publicado dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos, mesma data da premiação do Concurso de Crônicas.

curso Políticas públicas para pessoas idosas

Curso vai abordar políticas públicas para a pessoa idosa

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Estão abertas as inscrições para o curso Política Nacional do Idoso: Gestão na Prática, promovido pela Longevida, consultoria na área do envelhecimento. Os participantes vão compreender e aprofundar conhecimentos a respeito da Política Nacional do Idoso e a sua aplicabilidade nas políticas públicas com foco na garantia de direitos da pessoa idosa. A primeira aula será no dia 3 de novembro. Veja como se inscrever no site longevida.ong.br. Há valores promocionais para grupos.

O curso será ministrado por Sandra Regina Gomes (foto), uma das maiores especialistas brasileiras em gestão de políticas públicas para pessoas idosas no país, fundadora e diretora da Longevida. Serão quatro módulos com duração de quatro horas cada, num total de 16 horas/aula, com trocas de experiências e vivências, por meio de dinâmicas.

As atividades do curso Política Nacional do Idoso são voltadas para todos os interessados no assunto, mas especialmente construído para profissionais que atendem a população idosa, conselheiros dos Conselhos de Direitos, familiares, cuidadores de idosos, estudantes e gestores. Os alunos receberão relação bibliográfica, assim como o material apresentado em aula. Será fornecido certificado para quem tiver 70% de presença.

Módulos do curso

As aulas serão nos dias 3 e 4, 10 e 11 de novembro, das 17 às 21 horas. Os temas do primeiro módulo serão: Política Nacional do idoso e os Marcos Legais; Controle Social: Conselhos de Direitos das Pessoas Idosas e as Conferências Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos das Pessoas Idosas, e o Fundo Nacional do Idoso.

No segundo módulo do curso Política Nacional do Idoso, Sandra Regina Gomes apresentará a Rede de Atendimento a Pessoa Idosa no Brasil; Cuidadores de Idosos Formais e Informais, formação, avanços e desafios; e modelos de moradias para pessoas idosas. O módulo seguinte abordará os direitos da pessoa idosa, violência sob a perspectiva da prevenção e rede protetiva e o papel da pessoa idosa na família.

O último módulo vai destacar a Formação de Conselheiros e a iniciativa da Escola de Conselhos Professor Paulo Freire, criada por Sandra na Prefeitura de São Paulo quando estava à frente da Coordenadoria de Políticas para a Pessoa Idosa. E ainda formação tecnológica para a inclusão da pessoa idosa e Envelhecimento Ativo e a Década do Envelhecimento Saudável.

Sandra Regina Gomes

Referência em gestão de políticas públicas para a pessoa idosa, Sandra Gomes é fonoaudióloga, formada pela PUC-SP; titulada especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG); e Mestre em Gestão e Políticas Públicas na Fundação Getúlio Vargas (SP).

Coordenou a Política Pública para Pessoas Idosas na Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, onde regulamentou o Fundo Municipal do Idoso e criou a Escola de Conselhos “Professor Paulo Freire”. Também esteve Coordenadora-Geral dos Direitos do Idoso da Secretaria dos Direitos Humanos do governo federal, criou o Disque 100 – Módulo Idoso e regulamentou a Lei do Fundo Nacional do Idoso.

Sandra é responsável por programas e campanhas de Prevenção de Quedas e Acidentes Viários com Pessoas Idosas em 18 Estados brasileiros. E docente de cursos de pós-graduação em Gerontologia do Hospital Albert Einstein (SP, RJ e PR), Hospital Cynthia Charone (PA), Faculdade São Camilo (SP), Hospital Oswaldo Cruz (SP) e PUC-MG. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) e conselheira do Instituto Velho Amigo e da Associação São Joaquim.

Seminário sobre Envelhecimento, Velhice e Longevidade - Recife

Longevida apoia Seminário sobre Envelhecimento no Recife

Estão abertas as inscrições para o II Seminário sobre Envelhecimento, Velhice e Longevidade, com o tema “Velhice não é doença: Diversidade, Inclusão e Cidadania”. O evento virtual será nos dias 26, 27 e 28 de outubro. A realização é da Prefeitura do Recife e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) com apoio da Longevida e do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Recife (COMDIR).

Sandra Regina Gomes, diretora e fundadora da Longevida, vai participar da primeira mesa do seminário, no dia 26 de outubro, ao lado de Cacilda Medeiros, responsável pela Gerência da Pessoa Idosa (GPI) da Prefeitura de Recife. Elas abordarão o tema “A velhice para além dos preconceitos e estereótipos: em busca de um envelhecimento ativo”.

Outros temas do primeiro dia serão envelhecimento masculino, políticas públicas e instituições de longa permanência para pessoas idosas, com especialistas do Núcleo de Envelhecimento, Velhice e Idosos (NEVI) da UFRPE, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) – seção Pernambuco, e representantes da prefeitura e do COMDIR.

Já no dia 27 de outubro, uma das convidadas é a mestre em Gerontologia e presidente destituída do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Lucia Secoti, que estará no painel sobre “Cidadania, participação e o controle social na defesa e na promoção dos direitos da pessoa idosa”. A inclusão digital e social, velhices e diversidade também serão debatidas, com a participação de outro convidado especial o professor Alexandre Silva, doutor em Saúde Pública e especialista em envelhecimento.  

O encerramento do seminário, no dia 28 de outubro, será com as oficinas “Minha casa, um lugar seguro: preparando o ambiente para evitar acidentes domésticos” e “Primeiros socorros: o que devo fazer antes do socorro médico?”. Os participantes do evento receberão certificado. Inscrições gratuitas pelo site bit.ly/seminarioenvelhecimento2021

Alexandre Kalache - Seminário Internacional Brasil e Portugal

Seminário internacional celebra sucesso com mais de 1.200 visualizações

A primeira edição do Seminário Internacional sobre Longevidade: Brasil e Portugal – Desafios e Oportunidades foi um sucesso. Foram 500 inscritos de 23 Estados do Brasil, do Distrito Federal, e de Portugal. Com mais de 1.200 visualizações, o evento, realizado no dia 28 de setembro, cumpriu eu papel e apresentou o panorama da longevidade no Brasil e em Portugal. Além dos avanços e desafios em políticas, assistência social e conselhos de direitos.

O evento foi aberto pela diretora e fundadora da Longevida, Sandra Regina Gomes, que apresentou a consultoria voltada para a área de envelhecimento. A primeira palestra foi de Alexandre Kalache, referência em envelhecimento e longevidade, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-Brasil), que trouxe um panorama da longevidade frente à pandemia e ao idadismo. Kalache falou de sua esperança, do verbo esperançar do educador Paulo Freire, de que o Brasil avance como Portugal. No país, em 1975, a esperança de vida era de 68 anos e, em 2019, antes da pandemia, era de 81 anos.

Um dos destaques da fala de Kalache foram os “is” que formam o idadismo, o preconceito contra a pessoa idosa: ideológico – com grupos que acreditam valer mais que os outros; a institucionalização dessa ideologia, como as barreiras criadas nos serviços de saúde para a realização de exames e procedimentos e o acesso a medicamentos; interpessoal – com piadas e desrespeito que minam a autoestima das pessoas idosas; a internalização desse preconceito, e a inequidade.

Políticas públicas

Em sua fala, Sandra destacou os avanços na legislação para garantia de direitos da pessoa idosa como a Política Nacional e o Estatuto do Idoso, que completa 18 anos neste dia 1 de outubro, Dia da Pessoa Idosa. Ela ressaltou a importância do atendimento integrado à pessoa idosa e dos conselhos de direitos. Para a diretora da Longevida, só é possível constituir políticas públicas efetivas com a participação da pessoa idosa.

Sandra também abordou o tema do idadismo, foco da campanha de enfrentamento promovida pela Longevida no mês de outubro, e o movimento Velhice Não é Doença, contrário à inclusão do termo velhice na classificação internacional de doenças, a CID-11.

Sandra Gomes e Daniela Reis - Seminário Internacional Brasil e Portugal

A política de Assistência Social e a atenção à pessoa idosa foi o tema abordado por Daniela Reis, assistente social e mestre em Políticas Públicas. Segundo ela, a assistência social é um campo estratégico para a execução de políticas para a pessoa idosa. Na palestra, destaque para a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), que traz o Benefício de Prestação Continuada (BPC), programa de transferência de renda para pessoas idosas e com deficiência, e a Política Nacional de Assistência Social que possibilitou a criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Daniela afirmou que é preciso garantir a participação da pessoa idosa nos conselhos e conferências, sua inserção social, para fortalecer a política da pessoa idosa no Brasil. Da mesma forma, integrar o sistema da Assistência Social a outros sistemas como saúde, educação, habitação. 

Portugal

José Carreira, representante do Movimento #StopIdadismo em Portugal, destacou as experiências do país no atendimento à população idosa, acompanhado de belas imagens do fotógrafo amador Pedro Moreira. Portugal, quinto país mais envelhecido do mundo, vive, segundo ele, o desafio para equilibrar a alta esperança ao nascer com a qualidade de vida. Um dos dados apresentados mostra uma diferença de décadas entre uma fase de vida saudável e a piora da saúde. Outros desafios são semelhantes ao Brasil como o combate ao idadismo e à pobreza, que impede o acesso a cuidados e serviços.

José Carreira - Seminário Internacional Brasil e Portugal

Uma oportunidade para Portugal seria a implantação da Estratégia Nacional Envelhecimento Ativo e Saudável prevista para 2017, mas que não se efetivou. Carreira também vê oportunidades no empreendedorismo, turismo, comunidades amigas das pessoas idosas e na economia da longevidade.  Entre as respostas que o país já oferece, destacou as universidades seniores, que dinamizam atividades educativas, formativas, de interação social e convívio.

Confira no YouTube da Longevida o vídeo completo com todas as palestras! 

Arroz e feijão - alimentação saudável para pessoas idosas

Protocolo orienta sobre alimentação saudável para pessoas idosas

Ministério da Saúde / Imagem de Daniel Dan outsideclick por Pixabay

A combinação de arroz e feijão é muito importante em qualquer fase da vida, especialmente para a população idosa. E o cuidado com as pessoas com 60 anos ou mais é o foco da nova edição do Protocolo de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira na Orientação Alimentar da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde. A publicação é voltada a profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS).

A recomendação número um do protocolo é que os profissionais estimulem o consumo diário de arroz e feijão, prato típico dos brasileiros, preferencialmente no almoço e no jantar. O feijão é rico em fibras, proteínas e diversas vitaminas e minerais, que previnem carências nutricionais e distúrbios gastrointestinais, problemas comuns entre os mais idosos.
Além disso, ao contrário do que o senso comum afirma, a combinação do arroz com feijão faz parte de padrões alimentares associados a menor ocorrência de obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis.

O guia também traz orientações sobre tempo de cozimento para facilitar a digestão do feijão, além de opções de substituição de ingredientes, diminuindo o tempo e facilitando o preparo. O cuidado com a quantidade de sal e gorduras e de temperos industrializados é um dos alertas presentes na publicação.

Em caso de dificuldade de mastigação, é importante que se aumente o tempo de cozimento do arroz e do feijão para ficarem mais macios. A inclusão de verduras e legumes no feijão vai deixá-lo ainda mais saboroso e nutritivo.

Consumo de frutas, legumes e verduras

Dentre as recomendações do protocolo, está a inclusão dos legumes em saladas cruas e em preparações quentes, como cozidos, refogados, assados, gratinados, empanados e ensopados. Também é possível incluir verduras e legumes em preparações culinárias, como omelete com legumes, arroz com legumes, feijão, bolinho de espinafre e tortas. Saiba mais no guia completo.

José Carreira - Seminário Internacional Longevida

Proteção à pessoa idosa: ativista português fala sobre a importância da parceria entre Brasil e Portugal

“Sou totalmente apologista da partilha de conhecimentos e de boas práticas”, afirma José Carreira, mestre em Trabalho Social, com pós-graduação em Direito do Envelhecimento, que representa o Movimento #StopIdadismo em Portugal., Ele considera  que os ganhos podem ser substanciais se a ponte digital entre Brasil e Portugal for bem aproveitada, “potencializando as oportunidades e combatendo as adversidades”.

Carreira é um dos convidados do I Seminário Internacional sobre longevidade: Brasil e Portugal – Desafios e Oportunidades, que será realizado pela Longevida – Consultoria na Area do Envelhecimento e coordenado por Sandra Regina Gomes, fundadora e diretora da Longevida. O evento, que vai ocorrer no próximo dia 28 de setembro, virtualmente, abordará a Política Nacional do Idoso, a rede de atendimento à população idosa no Brasil, os Conselhos de direitos da pessoa idosa, o Fundo Nacional do Idoso e experiências de Portugal no atendimento à população idosa.

Além de José Carreira, o Seminário contará com a honrosa participação de Alexandre Kalache, referência internacional em envelhecimento e longevidade e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR). Os participantes terão, ainda, a oportunidade de assistir a duas palestras, com Sandra Regina Gomes e com a assistente social Daniela Reis.

Entrevista exclusiva

Em entrevista concedida exclusivamente ao site da Longevida, José Carreira fala sobre os desafios enfrentados por Portugal na proteção da pessoa idosa, citando alguns exemplos bem sucedidos nesta direção; sobre o Movimento #StopIdadismo em seu país; e sobre a importância da parceria entre Brasil e Portugal nas ações de valorização da pessoa idosa. Confira a entrevista na íntegra.

Quais são os principais desafios hoje no atendimento e proteção à pessoa idosa em Portugal?

A minha utopia pós-pandemia, passa pela construção de uma Cidadania Social, ancorada numa Economia do Cuidado. Olhar a velhice de frente reflete a dignidade de uma sociedade madura e humanizada que acompanha os seus até ao fim. Todos nós queremos ser acompanhados, cuidados, amados. Uma das reflexões que considero prioritária centra-se nos modelos de cuidados que queremos para o futuro, cuidados humanizados, centrados na pessoa e mais integrativos. Creio que fará sentido priorizar a desinstitucionalização dos cuidados e apostar num novo conceito de cuidados no domicílio, com a disponibilização de apoio sociais, da saúde e tecnologias de apoio, monitorizados por equipas multidisciplinares. Muitos países europeus já apostaram, há muitos anos, noutras respostas sociais e sanitárias. Devemos estudar outros modelos de prestação de cuidados no domicílio, devidamente adaptados ao nosso contexto social e econômico, e (re)construir uma política da longevidade.

O senhor poderia dar dois exemplos de políticas existentes hoje em Portugal para o atendimento à população idosa que considera acertadas e importantes?

Não nos esqueçamos que, em 2018, o risco de pobreza entre os mais velhos era de 17,3% contabilizando as transferências sociais e 88,8% sem as mesmas. Dois exemplos:

– Complemento solidário para idosos – Um apoio em dinheiro pago mensalmente aos idosos de baixos recursos, com idade igual ou superior à idade normal de acesso à pensão de velhice do regime geral de Segurança Social, ou seja, 66 anos e 6 meses e residentes em Portugal.

– Pensão Social de Velhice – É uma prestação em dinheiro, atribuída mensalmente, a partir da idade normal de acesso à pensão de velhice do regime geral de segurança social

Quais são principais ações feitas hoje pelo #Stop Idadismo no combate ao preconceito contra a pessoa idosa?

O Movimento #StopIdadismo tem como objetivo sensibilizar, identificar e eliminar os preconceitos e a marginalização das pessoas idosas devido à idade. Organizamos e participamos em iniciativas para visibilizar aquela que é a terceira causa de discriminação no mundo: o idadismo, seguindo-se ao racismo e ao sexismo. As campanhas estão em estreita articulação com a Campanha Mundial Contra o Idadismo da ONU “#AWorld4AllAges” e a Década do Envelhecimento Saudável 2020-2030, principal estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS) para apoiar ações de construção de uma sociedade para todas as idades, baseada na Estratégia Global da OMS sobre Envelhecimento e Saúde, no Plano de Ação Internacional das Nações Unidas para o Envelhecimento e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda das Nações Unidas 2030. Destaco as seguintes iniciativas: Campanha “Sinais de Alerta: Alzheimer e outras demências”; “#VelhiceNaoEDoenca”; “Consciencialização da violência contra a pessoa idosa”.

Qual é a importância de uma parceria com o Brasil para a pessoa idosa?

Sou totalmente apologista da partilha de conhecimentos e de boas práticas. No âmbito da longevidade, da “nova longevidade”, temos um longo caminho para percorrer na construção de uma comunidade inclusiva, amiga de todas as idades. Os ganhos serão substanciais se aproveitarmos a “ponte digital” que permite facilitar a união dos dois países – Portugal e Brasil – com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas, potencializando as oportunidades e combatendo as adversidades.

SERVIÇO

As inscrições para o seminário continuam abertas. Veja como participar no site da Longevida: https://www.longevida.ong.br/