Episódio destaca potencialidade da educação no enfrentamento ao idadismo

O segundo episódio da websérie “Idadismo: Entre Imaginários e a Vida Vivida” abordou o preconceito contra a pessoa idosa sob a ótica da educação, com um diálogo vivo, virtual e virtuoso, como disse no início do encontro, em março, a fundadora e diretora da Longevida, Sandra Regina Gomes, citando o professor Carlos Brandão. Renata Costa e Edlene Silva foram as intérpretes de Libras, enviadas pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo. 

As convidadas foram Lurdinha Martins, com mais de 40 anos na Educação, estando tanto na sala de aula com crianças do ensino fundamental como atuando na formação de professores, e a professora associada da Universidade de Brasília (UnB), Leides Moura, com experiência em pesquisa, enfermagem e temas do envelhecimento. O cartunista Márcio Lobo não pode estar presente.

A websérie é parte da Campanha de Enfrentamento ao Idadismo #Lugardepessoaidosaéondeelaquiser, iniciada em outubro de 2021, e se baseia no Glossário Coletivo de Enfrentamento ao Idadismo, lançado no dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos. O terceiro episódio acontece nesta segunda, dia 25 de abril, às 19 horas, abordando o idadismo e a mídia, com a participação dos jornalistas Katia Fonseca e Ricardo Mucci.

Os parceiros da Longevida na websérie são os mesmos do Glossário Coletivo:  a Prefeitura do Recife, por meio da Gerência da Pessoa Idosa; Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) com o Núcleo de Envelhecimento, Velhice e Idosos (Nevi); Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo; Conselho da Pessoa Idosa do Recife; Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos de São Paulo; Casa Vovó Bibia de Apoio à Família, também de Recife (PE), a plataforma Vitrine Sem Idade, da Universidade de Brasília, o Grupo Cynthia Charone e o Movimento Atualiza. 

Segundo episódio

O encontro foi aberto com um vídeo do estudante de enfermagem da UnB, Gabriel Côrrea Borges, com uma carta escrita por ele em forma de manifesto, direcionada ao Brasil. Seu pedido é pelo fim do preconceito contra a pessoa idosa e a visão de uma velhice patológica, e que o envelhecer seja saudável, participativo e cidadão com foco nos idosos de hoje e do futuro. O texto foi criado durante uma oficina intergeracional na instituição. Clique aqui e leia o texto completo

Em sua fala Lurdinha destacou que as ações feitas em escolas são pontuais, e muitas vezes não surgem com esse foco, mas acabam levando a aproximação entre as crianças e as pessoas idosas. Para ela, a discussão sobre o idadismo precisa ser ampliada nas séries iniciais, e só será fortalecida na medida que for levada para os estudantes e suas famílias. Diante do debate, ela ressaltou que seu olhar mudou, percebendo o quão potente a escola pode ser no combate ao idadismo.

Sandra ressaltou que o tema do idadismo não faz parte da agenda da educação porque há um distanciamento da realidade do envelhecimento. Por isso a importância de caminhar pelas frestas e fissuras e colocar a discussão na agenda pública, sensibilizando gestores, alunos, coordenadores e toda a sociedade. A cidadania, como destacou citando Paulo Freire, não é algo que se perde com o envelhecer, deve ser exercida por toda a vida.

Para Leides, a conquista da longevida traz uma emergência histórica com um trabalho imenso a ser construído com a sociedade. Ela defendeu que entre os muitos papéis exercidos ao longo da vida, devemos aproveitar as convergências para criar novos enunciados sobre o processo de envelhecer. Por meio de um contato permanente ao longo da vida escolar formal, não formal e informal, entre as gerações, reconstruir as narrativas que historicamente deixaram os idosos um pouco mais invisibilizados.

As duas educadoras ressaltaram que o currículo escolar, seja nas séries iniciais como no meio universitário, é vivo e pode abarcar as questões que tratem do envelhecimento como uma etapa da vida, um compromisso que precisa ser assumido por todos. Leides destacou também os trabalhos realizados na UnB, como os ateliês de empatia criativa.

Nos comentários, destaque para ações como do Movimento StopIdadismo que em Portugal distribuiu em escolas fundamentais calendários ilustrados para a educação das crianças contra o preconceito etário, e o exemplo da Casa Vovó Bibia, em Recife (PE), que atua junto a escolas para promover o encantamento do envelhecimento com dignidade humana.

Confira aqui a lista de referências bibliográficas citadas no encontro.

Assista o episódio completo no Facebook ou no canal do YouTube da Longevida.

Doação Fundo do Idoso - Declaração Imposto de Renda

Contribua com os Fundos da Pessoa Idosa

Em tempos de declaração do Imposto de Renda, que deve ser entregue até o dia 29 de abril, a Longevida destaca a importância dos Fundos da Pessoa Idosa, como fontes de recursos para a realização de projetos e iniciativas que estimulem e favoreçam o envelhecimento digno e saudável.

Você pode ajudar a financiar programas e ações voltados à pessoa idosa contribuindo com o Fundo do Idoso, seja da sua cidade, do seu Estado ou o nacional. Na declaração do Imposto de Renda, pessoas jurídicas podem destinar 1% do imposto devido e pessoas físicas, até 3%, como estabelece a LEI Nº 13.797, DE 3 DE JANEIRO DE 2019. No preenchimento da declaração, o valor desejado deve ser indicado na opção “Doações Diretamente na Declaração”. Não há nenhum acréscimo para o doador, já que o valor é uma porcentagem do imposto devido.

O Fundo é um importante instrumento para que os Conselho da Pessoa Idosa possam contribuir para a implementação e fortalecimento de políticas públicas. O controle sobre a utilização dos recursos cabe ao próprio Conselho ao qual o Fundo é vinculado e também ao poder público e aos Tribunais de Contas. A seleção de projetos e iniciativas é feita por meio de editais.

As doações para os Fundos do Idoso podem ser feita ao longo do ano, não apenas neste período de declaração do Imposto de Renda. Verifique com o Conselho do Idoso de sua cidade ou do seu Estado, como pode ser feita a doação.

De acordo com dados do governo federal, os Fundos dos Direitos da Pessoa Idosa (FDI) receberam em 2021 R$ 51.529.933,80 milhões em doações realizadas durante a Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física 2020. No ano anterior, foram R$ 22,8 milhões, o que representa um aumento de 126%.

Políticas públicas

Colabore e também cobre políticas públicas em favor da pessoa idosa. No Estado de São Paulo, de acordo com levantamento do Conselho Estadual do Idoso de São Paulo (CEI-SP), 54% dos 645 municípios não têm o Fundo do Idoso. Também 8,37% dos municípios ainda não instituíram o Conselho do Idoso. A Longevida pode ajudar sua cidade na implementação do Fundo e na criação do Conselho. Veja mais informações no nosso site. Acesse aqui!

(com informações do CEI-SP, que realiza a campanha Imposto de Renda do Bem e Governo Federal / Imagem: Governo Federal-Divulgação)