Longevia - Seminário Brasil Portugal

I Seminário sobre longevidade: Brasil e Portugal será no dia 28 de setembro

O I Seminário Internacional sobre longevidade: Brasil e Portugal – Desafios e Oportunidades, uma realização da Longevida, consultoria na área do envelhecimento, foi adiado. Por motivos alheios à Longevida, o evento que seria no dia 31 de agosto foi transferido para o dia 28 de setembro, das 9 às 12 horas, no formato online.

As inscrições para o seminário continuam abertas. Quem já se inscreveu, precisará fazer uma nova inscrição. Veja como participar no site da Longevida: https://www.longevida.ong.br/

O conteúdo do seminário foi mantido. O evento, coordenado por Sandra Regina Gomes, fundadora e diretora da Longevida, abordará a Política Nacional do Idoso, a rede de atendimento à população idosa no Brasil, os Conselhos de direitos da pessoa idosa, o Fundo Nacional do Idoso e experiências de Portugal no atendimento à população idosa. Os inscritos receberão certificado.

O I Seminário Internacional sobre longevidade contará com a participação de Alexandre Kalache, referência internacional em envelhecimento e longevidade e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR). Destaque também para José Carreira, mestre em Trabalho Social, com pós-graduação em Direito do Envelhecimento, que representa o Movimento #StopIdadismo em Portugal. Haverá ainda palestras de Sandra Regina Gomes, da Longevida, e da assistente social Daniela Reis.

Longevida

A Longevida, consultoria na área do envelhecimento, é uma empresa que atua junto a órgãos públicos, terceiro setor e universidades na área do envelhecimento tendo como missão valorizar e promover a cidadania da pessoa idosa. A empresa nasceu a partir da experiência e expertise da fundadora, a gerontóloga Sandra Regina Gomes, e oferece serviços para formulação, desenvolvimento e realização de programas, projetos, pesquisas, capacitações e treinamentos que ajudem a promover o bem-estar e a cidadania da pessoa idosa.

Across Podcast

Across Podcast recebe Sandra Regina Gomes

No episódio do Across Podcast sobre longevidade e muito mais, Silvia Triboni conversa com Sandra Regina Gomes, diretora e fundadora da Longevida, sobre Políticas públicas efetivas para a pessoa idosa. Profissional dedicada à defesa, à criação e ao exercício de direitos pelas pessoas idosas, Sandra é fonoaudióloga, formada pela PUC-SP, titulada especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) em mestre em Gestão e Políticas Públicas na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Sandra tem atuado na elaboração e concretização das mais atuais e necessárias leis e regulamentos de proteção e valorização da pessoa idosa. Ouça o episódio e compartilhe, pois, como disse Silvia Triboni e a equipe Longevida concorda, conhecer Sandra Regina Gomes é aprender sobre como se faz, e como se põe em prática políticas públicas positivas. O bate-papo também está disponível no canal do YouTube Across Seven Seas.

Testamento vital: já fez o seu?

Por Silvia Triboni*

Nesses tempos de distanciamento social provocados ela pandemia temos nos preocupado em preencher os nossos dias da melhor forma possível. Trabalho remoto; cursos à distância; reuniões online; concertos e espetáculos à distância são apenas algumas das atividades que temos feito nesses dias atípicos.

Mas, será que nesta ânsia de nos ocuparmos de maneira plena e produtiva não estamos a deixar de providenciar algo importante, que poderia facilitar a nossa vida futura e da nossa família?

Já pensou em elaborar o seu Testamento Vital, uma modalidade de Diretivas Antecipadas de Vontade?

Certamente, muitos afirmarão que seus dias têm sido plenos, e que ao final dessa pandemia sentirão que não desperdiçaram o seu tempo enquanto isolados, e, isso será muito bom. Se este é o seu caso, está aí mais um bom argumento para “arregaçar as mangas” e deixar em dia a sua pasta de documentos importantes, formalizando as suas vontades num Testamento Vital, também chamado Diretivas Antecipadas de Vontade.

Saiba que o Testamento Vital é um documento escrito que tem o objetivo de registar o tipo de atendimento médico ou cuidados de saúde, que gostaríamos de receber, ou não, perante uma doença com risco de morte, para que seja apresentado ao serviço de saúde no caso de estarmos impossibilitados de expressar a nossa vontade.

Por que fazer um Testamento Vital?

Ao longo de nossas vidas não costumamos pensar no seu término. Na verdade, evitamos lembrar que somos mortais. Entretanto, quando decidimos pensar a respeito disso, imaginamos que um dia poderemos ser submetidos (a nosso contragosto) a certos procedimentos médicos longos e dolorosos, os quais não necessariamente garantem uma boa sobrevida do paciente, e isso nos causa algum receio.

Afinal, temos o direito de não querer:

  • uma reanimação cardiorrespiratória;
  • ser submetidos a meios invasivos de suporte artificial de funções vitais;
  • medidas de alimentação e hidratação artificiais que apenas visem retardar o processo natural de morte;
  • tratamentos que se encontrem em fase experimental.
  • ser internados em uma instituição de longa permanência 

Estas são apenas algumas das razões que justificam temos em mãos o nosso Testamento Vital.

Nossas diretivas se destinam, portanto, à expressão destes nossos desejos, podendo, inclusive, incluir pedidos especiais como:

  • a assistência religiosa para quando se interrompam os meios artificiais de vida,
  • a presença de determinada pessoa para nossas despedidas.

Importante ressalvar que a recusa do nosso Testamento Vital aos tratamentos citados não diz respeito aos cuidados paliativos, caso possamos vir a precisar, uma vez que eles visam aliviar o sofrimento e possibilitar uma morte digna.

A urgência do Testamento Vital na pandemia da COVID-19

Ficou claro que a COVID-19 não vê idade, classe social ou condição de saúde, pois pode afetar todos.

Normalmente, quando pessoas hospitalizadas estão doentes demais para se manifestarem, seus entes queridos são chamados. Ocorre que as medidas de isolamento contra a COVID-19 podem impedir que familiares estejam presentes, a dificultar aos médicos o conhecimento dos desejos do doente.

Se o familiar não puder ser contactado, o paciente poderá ser intubado, e a ressuscitação poderá ser feita ao contrário da vontade do paciente.

Indivíduos mais velhos com doenças crônicas têm maior probabilidade de desenvolverem doenças graves em razão da COVID-19, sendo, eles, pessoas que podem querer uma morte natural, ou para os quais a cura poderia ser uma exceção. A disponibilidade de um Testamento Vital nessas horas seria providencial.

O momento é delicado e justifica a presente reflexão acerca da preparação do nosso Testamento Vital ou Diretivas Antecipadas de Vontade.

Ponderações e conversas importantes

1 – Reflita

Redigir este documento envolve algumas etapas, sendo a primeira delas, a nossa vontade, a análise introspectiva de nós mesmos, quanto ao que realmente queremos em face da possibilidade de final de vida.

Relevante deixar claro, que o Testamento Vital não diz respeito à eutanásia. Autoriza a escolha entre o adiamento da morte ao custo de sofrimento e a ortotanásia, ou seja, a possibilidade de ter uma morte digna, mediante o desejo do paciente, sem prejuízo de a ele serem oferecidos os cuidados paliativos para alívio da dor e outros sofrimentos.

2 – Converse com o seu médico.

Antes de escrever o seu Testamento Vital converse com o seu médico de confiança e entenda claramente o que as suas escolhas poderão significar.

Aprenda um pouco sobre intervenções médicas que sustentam a vida, como, por exemplo:

  • ressuscitação cardiopulmonar (medidas para reiniciar o coração e a respiração);
  • intubação (uso de um ventilador para respirar);
  • nutrição artificial (alimentação por meio de um tubo no nariz ou no estômago).

3 – Envolva a sua família nesta decisão.

Fale abertamente com a sua família sobre os seus valores e desejos para que o seu Testamento Vital seja realmente respeitado.

Na ocorrência das intervenções mencionadas acima, o sistema de saúde poderá fazer perguntas difíceis a nossos filhos, ou cônjuges, situação em que emoções desafiadoras surgirão. Porém, de posse de nossa diretiva antecipada de vontade, as respostas a tais questões serão menos angustiantes, pois expressará os cuidados que desejamos receber do atendimento médico.

*

Silvia Triboni é editora e produtora de conteúdo sobre longevidade, economia prateada e benefícios do turismo para o envelhecimento saudável no site Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

silvia.triboni@gmail.com

Velhice Não é Doença

Movimento “Velhice Não É Doença” mobiliza a sociedade

Imprensa Coletivo Velhice não é Doença / Imagem: Pessoas foto criado por rawpixel.com – br.freepik.com

O envelhecimento da população é um fenômeno global e, no Brasil, especialmente acentuado nos últimos 20 anos, tendendo a acelerar ainda mais nas próximas décadas. Atualmente, as mais de 34 milhões de pessoas acima dos 60 anos são responsáveis por 23% do consumo de bens e serviços no país, contribuindo assim, com seus recursos, para o crescimento da sociedade em geral. Estima-se que em 2040, 57% da força de trabalho brasileira terá mais de 45 anos, conforme aponta pesquisa da consultoria da PWC com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) – com o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) – estabeleceu em sua resolução de dezembro de 2020 a Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), em consonância com o protagonismo, dinamismo e a importância dos mais velhos mundo afora.

No entanto, a Assembleia Mundial de Saúde, órgão de governança que estrutura e apresenta as ações a serem cumpridas pelas OMS, prevê instituir a velhice como doença, na Classificação Internacional de Doenças, em sua edição de número 11 – CID 11, a partir de 01 de janeiro de 2022, numa clara incoerência à realidade demonstrada até aqui através de seu trabalho na área.

A inclusão da velhice como doença na CID-11 representa a migração de um marcador social (com todas as subjetividades culturais, sociológicas e antropológicas das populações mundiais) para o âmbito de um mecanismo que padroniza enfermidades – o que não contempla a diversidade e as identidades das sociedades e suas construções sociais, econômicas e culturais.

A velhice é uma das etapas de nosso curso de vida e não pode correr o risco de ser interpretada como doença, e sim como a maior conquista social dos últimos 100 anos. Considerar a etapa da velhice como doença é um retrocesso que em muito contribuiria para acentuar globalmente preconceitos em relação à longevidade – o que denominamos idadismo, traduzidos em estigmas que marcam profundamente a saúde emocional e psicossocial das pessoas idosas.

A promoção do envelhecimento deve vir com oportunidades de protagonismo, numa sociedade em que os mais velhos sejam respeitados e valorizados por suas potencialidades como sujeitos de direitos. Lembrando sempre que os jovens de hoje serão os idosos de amanhã – portanto, esta é uma causa de todos.

Um grupo de entidades e representantes da sociedade civil se uniram e criaram o Movimento “Velhice não é Doença”. O coletivo lançou um manifesto aberto a todas as pessoas, empresas, entidades e movimentos sociais que queiram assiná-lo e conta com mais de 3200 assinaturas. O objetivo do movimento é pressionar os deputados, senadores e o governo federal para que cobrem que a OMS reveja a classificação que considera velhice uma doença. 

O documento é subscrito pelas seguintes autoridades e personalidades:

Alexandre Kalache – Centro Internacional da Longevidade – ILC Brasil

Danilo Santos de Miranda – Diretor do SESC-SP

Lucia Secoti – Ex Presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa – CNDI

João Batista Lima Filho – Comissão de Bioética – CNBB

César Eduardo Fernandes – Presidente da Associação Médica Brasileira – AMB

Patrícia Sereno – Programa Até os 120 – Federação Israelita do Estado de São Paulo

Maria Regina Ermírio de Moraes – Instituto Velho Amigo

João Batista de Andrade – Cineasta e Escritor

Sandra Gomes – Longevida Consultoria

Ivete Berkenbrock – Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG

Gilberto Natalini – Associação Popular de Saúde

Maria Lucia Rodrigues – Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa – PPI

Luiz Roberto Ramos – Escola Paulista de Medicina – EPM

Meiry Fernanda Pinto Okuno – Escola Paulista de Enfermagem /UNIFESP

Tomas Freund – Conselho Estadual do Idoso de São Paulo

Neide Duque – Grande Conselho Municipal do Idoso de São Paulo

Joel Padula – Superintendente SESC-SP

Cris Monteiro- Vereadora da cidade de São Paulo

Carlota Esteves – CEO do Movimento Longevidade Brasil

Yeda Aparecida de Oliveira Duarte – Estudo SABE/ Saúde, Bem Estar e Envelhecimento/ O que Rola na Geronto

Karen Garcia de Farias – Sessentônica

Marta Fontenele – Jornalista e Pesquisadora do Envelhecimento

Wagner Romão – Cientista Político/UNICAMP

Lina Menezes – Faz Muito Bem 50+ e Tudo Sobre Alzheimer

Beltrina Corte – Portal do Envelhecimento e Espaço Longeviver

Eduardo Jorge – Médico Sanitarista e Ambientalista

Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência – AMPID

Confederação Brasileira dos Aposentados – COBAP

Luis Eduardo Merces – Itaú Viver Mais

Vanessa Idargo Mutchnik- Comitê 60+ Grupo Mulheres do Brasil

Letícia Bittar- OAB Pará

Morris Litvak- Maturi

Eva Bettine e Camila Tiome Baba- Associação Brasileira de Gerontologia- ABG

Silvia Triboni- Across Seven Seas

Ida Nuñez- Adulto+/Inova360/ Record News

Diego Felix Miguel- Convita

Eduardo Meyer- Coletivo Trabalho 60+

Vera Caovilla- 50 mais Ativo

Áurea Soares Barroso- Pastoral da Pessoa Idosa

Dayane Alves- Instituto Família Barrichello

Carla Santana – Sociedade Brasileira de Gerontecnologia

Vera Caovilla- 50 mais Ativo

Luís Baron- Eternamente Sou

Luciana Feldman- Publicitária e Pós Graduanda em Gerontologia

Marco Antonio Vieira Souto – publicitário

Henrique Sergio Sznifer

Sandra Maria Perrone Sznifer

Warley Martins Gonçalves